Quando um punhado de bravos beirões decidiu fundar a Casa das Beiras, criou-se um elo entre Brasil e Portugal, entre brasileiros e portugueses. É o Rio de Janeiro, a cidade que, no Brasil acolheu o maior numero de lusitanos, desde a sua fundação. Com a chegada da Família Real Portuguesa, que tantos progressos possibilitou ao povo brasileiro, nossa Cidade do Rio de Janeiro tornou-se a capital do Reino de Portugal. As Beiras foram o principal berço da imigração moderna para o Brasil. A Casa das Beiras é uma agremiação cultural e recreativa com o fim de manter viva a tradição regionalista dos Beirões e seus descendentes, perpetuando o extraordinário patrimônio de fidalguia e fraternidade entre o povo português e os brasileiros. Fundada em 19 de novembro de 1953, permanece fiel aos seus objetivos iniciais, há mais de 60 anos. A Sede inicial situou-se na Rua Conde de Bonfim 832, 1º andar, na Muda. Funcionando provisoriamente até 31 de dezembro de 1953.
Congregar oriundos e familiares da Beira Alta, Beira Baixa e Beira Litoral, é a principal missão desta agremiação, tendo seu quadro social composto por portugueses e brasileiros. Uma casa luso-brasileira desde a sua fundação, onde os beirões demonstram grande amor à instituição e irmandade com os brasileiros que a frequentam e a ela se associam.
UMA CASA PORTUGUESA COM CERTEZA PREPARADA PARA RECEBER VOCÊ.
A história do Grupo Folclórico da Casa das Beiras teve início em 1966 quando nasceu o Grupo Etnográfico de Cantares e Dançares João Ramalho da Casa dos Lafões que ficava situada na rua Professor Gabizo, na Tijuca.
Como ocorreu com outras instituições luso brasileiras, a Casa de Lafões passou por dificuldades na década de 90, com isso a diretoria que terminou o mandato em 1994 não encontrou quem assumisse os destinos da casa. Daí surgiu a idéia de uma fusão durante a gestão do então Presidente da Casa das Beiras, o sr. Rui Martins Castanheira e com o apoio de sua diretoria, com o intuito de preservar a cultura e o folclore lafonenses, em 1996, passou a pertencer à Casa das Beiras todo o patrimônio da Casa dos Lafões, inclusive o Rancho Folclórico com seus trajes, objetos típicos e instrumentos musicais.
Rebatizado com o nome de Grupo Etnográfico de Cantares e Dançares João Ramalho da Casa das Beiras, já se encontrava perfeitamente integrado e atuando no Solar Beirão desde 1994, com isso, a ceia de natal daquele ano se caracterizou pelo congraçamento entre a nova Casa e o Grupo.
Em 2000, ocorreu a saída dos diretores artísticos. O Rancho passou, então, por reformulação, com novos componentes, mas manteve-se os cantares e dançares originais.
Em 2005, uma inovação foi introduzida no repertório: o Diretor ArtísticoFrancisco Correia Alves apresentou um projeto de folclore brasileiro, com danças gaúchas, xaxado, frevo, além do samba, com bateria, ritimistas e fantasias, abrindo espaço para novas manifestações culturais.
Em 2012, ocorreu mais uma mudança na trajetória do Rancho: no dia 17 de junho, durante a gestão do Presidente José Henrique Ramos da Silva, o grupo foi rebatizado com o nome de Rancho Folclórico Benvinda Maria da Casa das Beiras, em homenagem àquela que prestou inestimável contribuição ao folclore português e, principalmente aos folcloristas. Muitos tiveram a oportunidade de conhecer Portugal através das viagens anuais organizadas e comandadas por D. Benvinda Maria durante 25 anos.
Atualmente o Rancho Benvinda Maria da Casa das Beiras acrescentou ao aplaudido folclore de Manhouce, Vouzela, Oliveira de Frades, São Pedro do Sul, Valadares, São Miguel do Mato, dançares e cantares de outras regiões das Beiras, tais como, Coimbra, Aveiro e Agueda, enriquecendo ainda mais o seu repertório tão bonito e singular.
Crédito das fotos: Aurélio Oliosi (Diretor Cultural)